Diferença salarial ligada ao género
A diferença salarial entre homens e mulheres refere-se à diferença de rendimentos entre as mulheres e os homens.
Na UE, a diferença de remuneração entre homens e mulheres é de 14,1% e apenas se verificou uma redução pouco significativa durante a última década. Em média, as mulheres ganham menos 14,1% do que os homens (valor hora).
O fosso salarial global entre géneros, que mede (1) o impacto combinado do salário médio por hora, (2) a média mensal do número de horas pagas e (3) a taxa de emprego, situava-se em 36,7% em 2018.
A taxa de disparidade de género no emprego era de 11,7% em 2019, com 67,3% de mulheres empregadas em toda a UE, em comparação com 79% dos homens (Comissão Europeia, 2019).
Diferenças entre os países da UE
O fosso salarial entre homens e mulheres é inferior a 5% no Luxemburgo, Itália e Roménia e superior a 19% na Áustria, Alemanha, Letónia e Estónia.
Um fosso salarial mais baixo não significa necessariamente que o mercado de trabalho no país em questão seja mais igualitário. Pode ocorrer em países onde a taxa de empregabilidade das mulheres é baixa, onde só entram no mercado de trabalho as mulheres mais instruídas.
Os países da UE com os salários mínimos mais elevados são o Luxemburgo, Irlanda, Países Baixos e Bélgica (entre 2.100 a 2.500 euros por mês). Pelo contrário, países como a Bulgária, Letónia e Roménia têm um salário mínimo significativamente mais baixo (300 a 450 euros por mês).
O nível do salário mínimo reflete o desempenho económico e os diferentes custos de vida nos países da UE.
Disparidades salariais entre homens e mulheres:
Diferença entre os rendimentos horários brutos
Fonte: https://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained/index.php?title=Gender_pay_gap_statistics
Os salários dos professores tendem a aumentar em função do nível de ensino em que lecionam e dos anos de experiência que possuem. Os salários dos diretores das escolas são, em média, acima de 51% mais elevados do que os salários dos professores dos ensinos primário e secundário.
As professoras ainda parecem estar a receber significativamente menos em comparação com os seus colegas de trabalho do sexo masculino. O salário dos homens professores do ensino público é cerca de 14% superior ao salário das suas colegas de trabalho com as mesmas qualificações.
As mulheres com educação superior também ganham menos do que os homens com educação superior.
No Luxemburgo, as mulheres entre os 35-44 anos com educação superior, ganham quase 90% dos rendimentos dos homens. Este valor é mais elevado do que na Hungria ou na Eslováquia, onde as mulheres ganham abaixo de 60% do que ganham os homens com a mesma idade e o mesmo nível de educação.
As mulheres investigadoras, no ensino superior, são mais propensas do que os homens a trabalhar ao abrigo de contratos que são considerados “empregos precários” e continuam a existir consideráveis disparidades salariais nas profissões de investigação científica e desenvolvimento. O desequilíbrio de género é ainda mais notório em certos campos, incluindo os campos da ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM).
As razões pelas quais as mulheres ganham menos do que os homens residem nos diferentes padrões de trabalho das mulheres, incluindo o facto de interromperem mais frequentemente as suas carreiras ou mudarem os seus padrões de trabalho para cuidar de um filho ou de outros familiares. Outra razão é que as mulheres em toda a UE trabalham frequentemente em sectores mal remunerados e os seus salários também podem sofrer uma redução pelo facto de trabalharem em part-time. Algumas mulheres recebem menos do que os homens pelo mesmo trabalho.
No entanto, segundo a Comissão Europeia, grande parte das disparidades salariais entre homens e mulheres permanece inexplicável e não pode ser ligada a características do trabalhador ou do local de trabalho, tais como o percurso escolar, a profissão, o tempo de trabalho ou a atividade económica para a qual a pessoa trabalha. Uma maior transparência salarial ajudaria a descobrir diferenças salariais injustificadamente baseadas no género para trabalhos idênticos ou de igual valor e ajudaria as vítimas de discriminação salarial a procurar reparação e a fazer valer o seu direito à igualdade salarial.
É importante referir que muitos países do mundo estão a aumentar os salários dos professores e estão inclusive a criar subsídios especiais para reforçar o caráter atrativo da profissão docente e assim melhorar os seus níveis de educação.