Todos os países da OCDE aumentaram o nível de educação da suas população durante as últimas quatro décadas e este aumento foi fortemente impulsionado pelo crescente número de mulheres a concluir a escolaridade com uma qualificação superior. A proporção de homens com habilitações de nível superior é maior à das mulheres entre os 55‑64 anos; contudo, esta situação já não se verifica na faixa etária dos 25 aos 34 anos, em 33 dos 36 países.
As mulheres estão cada vez mais qualificadas: há mais mulheres com formação universitária do que homens na Europa.
O Programa Internacional da OCDE para Avaliação de Alunos (PISA) descobriu consistentemente que, em geral, aos 15 anos, as meninas têm expectativas mais altas para as suas carreiras do que os meninos, mas menos de 5% contemplam uma carreira em engenharia ou na área da computação. Por este motivo, as mulheres ainda estão sub – representadas no ensino superior em certas áreas de estudo, como matemática e informática.
Contudo, apesar das suas conquistas, as mulheres jovens não se sentem tão livres na escolha de um emprego ou não têm as mesmas oportunidades de emprego que os homens e normalmente preferem campos como a educação, a saúde e o bem-estar.
Devo tornar-me professor? – Questionário (em inglês)
Alguns escolhem esta carreira para melhorar a sociedade onde vivem, outros têm um forte desejo de trabalhar com crianças, e outros de ter horários de trabalho flexíveis.
Muitos professores entram na profissão por acaso, enquanto outros tomam a decisão de forma deliberada. As razões parecem incluir tanto fatores de impulso (por exemplo, mudar de ambiente de trabalho) como fatores de atração (por exemplo, desenvolvimento profissional).
As visões estereotipadas do ensino como uma profissão que, por vezes, se assemelha à parentalidade, influenciam as gerações mais jovens de mulheres que valorizam mais a maternidade. As disposições laborais que permitem aos professores trabalhar a tempo parcial e combinar de forma flexível o trabalho, a vida familiar e o cuidado dos próprios filhos também parecem ser mais atrativas para as mulheres.
As professoras primárias ganham mais de 90% dos salários de outras trabalhadoras com habilitações superiores. Enquanto homens e mulheres que exercem as mesmas funções docentes em escolas públicas ganham quase o mesmo, o valor relativo dos seus rendimentos no mercado de trabalho profissional é notavelmente diferente. É provavelmente por isso que há mais mulheres interessadas em ensinar, especialmente nos níveis mais baixos da educação.
O sector da educação poderia fazer muito mais para assegurar que as mulheres sejam promovidas a posições de liderança, e para acabar com os estereótipos que impedem as mulheres de quebrar o teto de vidro em áreas temáticas específicas e nas universidades. Poderia também fazer mais para atrair jovens homens para o ensino, oferecendo-lhes melhores perspectivas de carreira e condições de trabalho que possam fazer do ensino uma escolha de carreira mais competitiva, mesmo que os salários dos professores ainda fiquem atrás dos de outros profissionais (Van Damme, 2017).
Numa profissão onde as mulheres representam a maioria, a presença de homens – principalmente no ensino primário – é necessária, uma vez que tanto os professores como as professoras podem contribuir para uma educação bem fundamentada e para o desenvolvimento social e emocional de uma criança. Assim, uma força de trabalho diversificada de professores pode ajudar a combater os estereótipos de género.
A presença de professores do sexo masculino no início do ano escolar pode ajudar a promover versões equitativas de masculinidade de género. Ao trabalhar em papéis que são tipicamente vistos como mais apropriados para as mulheres, os homens podem quebrar as diferenças polarizadas que fomentam desigualdades de género.
Consequentemente, pessoas de géneros diferentes podem ver um mesmo problema de formas diferentes, levando a soluções inovadoras. A diversidade da força de trabalho tem também sido associada a um melhor desempenho escolar e satisfação profissional.
Fonte: https://bluenodemedia.com/bridging-the-gender-digital-divide-in-developing-countries/