Os professores desempenham um papel fundamental na sociedade, pois atuam enquanto mentores, especialistas e modelos para as gerações futuras. São capazes de influenciar e moldar as atitudes, os valores e os comportamentos das crianças, bem como ajudá-las a entender melhor o funcionamento da sociedade atual.
Em que pensamos quando ouvimos a palavra “professor”? Muitos irão visualizar uma pessoa com um sorriso gentil, uma pessoa generosa e compreensiva. E o mais provável é que visualizem uma imulher!
É evidente que o ensino é uma profissão altamente ligada ao género. As mulheres representam, em média, mais de dois terços dos professores, desde os nível da educação pré-primária até ao nível do ensino superior, nos países da OCDE (EUROSTAT, 2021).
Uma vez que o nosso foco está nas desigualdades de género no campo da educação, iremos abordar, neste módulo, a composição da população docente de acordo com o género.
Sexo dos professores (do nível de ensino primário até ao nível de ensino secundário, 2018 (% do total)
Sexo feminino
Sexo masculino
Fonte: https://ec.europa.eu/eurostat/web/products-eurostat-news/-/edn-20201005-1
A profissão docente não reflete a diversidade na sociedade e a proporção global de mulheres professoras varia de nível regional para nível nacional. As mulheres estão sobre-representadas nos sectores pré-primário, primário, e secundário na Europa e América do Norte, América Latina e Caraíbas, assim como na Ásia Central.
Pelo contrário, as professoras estão sub-representadas no ensino primário e secundário em países de baixo rendimento na África e em posições de liderança escolar. Em contrapartida, os homens estão sub-representados nos níveis de ensino inferiores nos países com rendimento mais elevado, onde têm mais probabilidades de ocupar cargos de liderança.
Atualmente, existem quase 5,2 milhões de professores na União Europeia (UE), e as mulheres representam 72% destes professores. A percentagem média de professoras na OCDE passou de 61% em 2005 para 65% em 2010 e 68% em 2014. Por este motivo, estamos a falar de uma “feminização” gradual da profissão docente.
Em média, nos países da OCDE, menos de metade dos docentes no ensino superior são mulheres, o que não acontece ao nível do ensino primário e secundário (onde representam a maioria dos professores). No âmbito do ensino superior, a divisão das professoras é mais elevada nos programas de ensino superior de ciclo curto do que nos programas de licenciatura, mestrado e doutoramento.
Idade dos professores (do nível de ensino primário até ao nível de ensino secundário, 2018 (% do total)
Dos 50 aos 54 anos
Dos 55 aos 59 anos
Dos 60 aos 64 anos
Acima dos 65 anos
Fonte: https://ec.europa.eu/eurostat/web/products-eurostat-news/-/edn-20201005-1
Apenas uma pequena percentagem do pessoal docente parece ter menos de 30 anos, enquanto uma proporção significativa de professores, quase 40%, parece ter mais de 50 anos de idade (EUROSTAT, 2020).
Mais de metade dos professores tem 50 anos ou mais em Itália (54%) e na Lituânia (52%). Em 2018, 1% dos professores da UE tinham mais de 65 anos. A percentagem mais elevada de professores neste grupo etário foi registada na Estónia (8%), Letónia (5%), Suécia e Dinamarca (ambos com 4%).
Países como a França, Alemanha, Irlanda, Luxemburgo, Reino Unido e Estados Unidos, apresentam a tendência oposta, e a sua força de trabalho docente tem vindo a rejuvenescer.
O Reino Unido, que registou a maior redução na percentagem de professores com mais idade, lançou uma ambiciosa campanha de recrutamento no início dos anos 2000, com o objetivo de melhorar o estatuto da profissão docente e de atrair aos jovens que consideravam o ensino como uma opção mas que não a seguiram por vários motivos, nomeadamente financeiros.
Costuma-se dizer que a idade é uma vantagem, uma vez que os professores mais velhos são mais experientes. Contudo, também é costume dizer que, à medida que a idade aumenta, os professores perdem o entusiasmo pelo ensino. Além disso, considera-se que os professores mais velhos têm maior tendência para reproduzir estereótipos de género dentro da sala de aula, uma vez que se tornam mais conservadores à medida que envelhecem.