Tópico 1 Suposições e expectativas dos professores em relação ao género

A percepção dos professores sobre os papéis, estereótipos e preconceitos de género tem sido amplamente estudada.

Os professores descrevem as raparigas como: calmas, sensíveis, obedientes, cooperativas, agradáveis, atenciosas, diligentes, estudiosas, boas alunas, mais adaptadas à escola, aquelas que se esforçam mais e tiram melhores notas (comparadas aos seus pares) e mais fáceis de trabalhar ou manipuladoras, quando se desviam das “maneiras apropriadas de género”.

Os professores descrevem os rapazes como : ativos, desportivos, competitivos, independentes, agressivos, fortes – sem vestígios de medo ou tristeza -, lógicos, confiantes, líderes capazes, criativos, inteligentes, mas um pouco preguiçosos quando se trata de trabalhos escolares e mais propensos a maus comportamentos.

Os professores tendem a relacionar o alto desempenho das raparigas ao esforço ou à mesmo sorte, enquanto o alto desempenho dos rapazaes está relacionado à sua “habilidade natural”. Os professores que atribuem o sucesso dos alunos à habilidade podem ter expectativas mais altas para eles, enquanto os professores que atribuem o sucesso dos alunos ao esforço podem estar menos confiantes nas suas capacidades de sucesso.

Embora as raparigas sejam consideradas melhores alunas do que os rapazes, habitualmente elas são percebidas como menos propensas a ter potencial académico. Para além disso, os professores parecem tolerar a possível depressão, a ansiedade, o retraimento e a falta de participação das raparigas, pois esta “faz parte da natureza feminina”.

Uma das suposições mais comuns que os professores têm e que condiciona as suas expectativas em relação aos alunos, é a de que áreas como: as línguas, as artes e as ciências sociais são mais femininas , enquanto outras como disciplinas STEM (Ciências, tecnologia, engenharia e matemática) são mais masculinas .

Matemática: Uma generalização comum que se faz é afirmar que as raparigas são “más” – ou seja, menos competentes – em matemática, enquanto os rapazes são “maus” na leitura e na escrita. Este é um debate de longa data sobre se essa diferença assenta em bases biológicas, ao nível do funcionamento do cérebro, ou na cultura e no condicionamento social. Esta última teoria tem vindo a afirmar-se nos últimos anos.

Desportos: Os desportos também são considerados um domínio masculino e, como resultado, as raparigas são consideradas atleticamente menos competentes do que os rapazes. Certos desportos ainda são vistos como apropriados para “rapazes” ou “raparigas” e, portanto, muitos professores/treinadores podem direcionar as escolhas dos seus alunos, incentivando-os a participar de forma desigual nos diferentes desportos.

Estereotipicamente os rapazes são considerados como tendo um pior desempenho escolar geral em relação às raparigas, enquadrando-os como aqueles com notas mais baixas ou os que têm maior probabilidade de abandonar a escola .

Portanto,…

os professores podem formar expectativas generalizadas de que as raparigas são melhores do que os rapazes na escola .