Tópico 4 Feminismo radical

Para o feminismo radical, que teve um papel importante na segunda onda feminista, a divisão dos sexos preexistia à divisão das classes sociais, pois o patriarcado é observado em todas as sociedades socialistas e não socialistas (Frosi et al., 2001). Uma posição-chave do feminismo radical é o tratamento das mulheres como uma classe social, que é oprimida pelos homens por serem a classe dominante. Portanto, o patriarcado é um fenómeno universal e atemporal. É por isso que o objetivo do feminismo radical é derrubar o patriarcado, porque se acredita que a justiça social e a igualdade de género não podem surgir dentro da estrutura das normas sociais que definem este modelo. Portanto, o que se exige é a existência de esquemas alternativos na organização social (Tsaousi-Hatzi , 2015).

Para o feminismo radical, a escola desempenha um papel importante na reprodução do patriarcado e na opressão das raparigas. A Escola consegue manter o controlo social e a manipulação das mulheres através de uma variedade de ferramentas e práticas, como a divisão do trabalho, os papéis de mulheres e homens nas comunidades escolares, a baixa participação das mulheres nas decisões sobre educação, a manutenção de estereótipos de género, o currículo oculto e práticas de género no processo educativo (Kantaraki , Pagaki & Stamatelopoulou , 2008). Para além disso, enfatiza Deligianni-Kouimtzi (2007), as feministas radicais acreditam que o conhecimento apresentado na escola como conhecimento humano é masculino, enquanto a experiência feminina foi deixada de lado. Isso tem como consequência que a perceção de mundo e de si mesmas que as raparigas têm, é formada pela linguagem dos homens (Frosi et al., 2001). Frosi et al. (2001, p. 10) apontam o papel fulcral do feminismo radical na educação, ao propor soluções específicas para melhorar a posição das mulheres. Estas propostas focam-se em “produzir e introduzir novos conhecimentos autênticos para as mulheres”, que terão como objetivo o empoderamento das raparigas.